As Irmandades e Guardas do Rosário de Belo Horizonte foram oficialmente reconhecidas como Patrimônio Cultural pela Prefeitura da cidade no último sábado, 6 de dezembro. A celebração do título ocorreu no Centro Cultural Liberalino Alves de Oliveira, localizado no Mercado da Lagoinha, na região Noroeste.
O evento reuniu representantes das Irmandades e Guardas do Rosário, além de mestres e mestras das tradições, jovens das comunidades, pesquisadores e autoridades municipais. A secretária Municipal de Cultura, Eliane Parreiras, enfatizou a importância desse reconhecimento: “Proteger as Irmandades e Guardas do Rosário é honrar um legado cultural que se mantém vivo e gera inspiração.”
Durante a festa, cortejos e atividades festivas reforçaram os laços afetivos, identitários e espirituais que caracterizam as celebrações relacionadas ao Ciclo Festivo das Guardas. Carlos Henrique Bicalho, diretor de patrimônio cultural, destacou que a participação dos mestres e mestras foi essencial para o sucesso do processo de reconhecimento.
Para conquistar o título, a Prefeitura elaborou um estudo junto ao Conselho de Patrimônio, com a colaboração da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura. Essa pesquisa incluiu um Inventário Cultural e um Dossiê de Registro Imaterial, que trazem à luz a história, o Ciclo Festivo, os saberes e os espaços de referência essenciais para a continuidade das 38 Guardas em operação na cidade.
Bárbara Bof, presidenta da Fundação Municipal de Cultura, destacou a importância do reconhecimento: “É um momento de celebração para Belo Horizonte. Este reconhecimento é uma forma de agradecer às comunidades pelo que oferecem à cidade em termos de identidade, espiritualidade, arte e resistência. Essa proteção fortalece a presença dessas comunidades nas políticas culturais.”
A pesquisa contou com a participação ativa de lideranças como a Mestra da Cultura Popular Rainha Belinha e o Mestre Geraldo Antônio da Silva, além de dez jovens das comunidades. Eles se envolveram em entrevistas, organização de acervos e trabalhos de campo, garantindo que as tradições fossem representadas de forma autêntica.
Esse reconhecimento oficial busca não apenas preservar as práticas culturais, mas também resgatar e transmitir o conhecimento e a sabedoria acumulados por gerações, reforçando a importância das Irmandades e Guardas do Rosário na identidade de Belo Horizonte.