quinta-feira, 18 de dezembro de 2025
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Filha de Manoel Carlos defende consultoria nos remakes das novelas

EM 16 DE DEZEMBRO DE 2025, ÀS 14:29

A Nova Geração das Helenas de Manoel Carlos

O autor Manoel Carlos, conhecido carinhosamente como Maneco, é um ícone das telenovelas brasileiras. Sua última obra, “Em Família”, foi exibida há mais de 11 anos, mas suas histórias e personagens continuam a cativar novas gerações, principalmente nas redes sociais, onde memes e debates sobre sua obra são comuns.

Aos 92 anos, Manoel Carlos enfrenta a doença de Parkinson. Para preservar seu legado, sua filha, a atriz Júlia Almeida, lidera a produtora Boa Palavra, criada para organizar e cuidar de documentos, fotos e roteiros do pai. Desde 2024, Júlia tem trabalhado na produção de documentários que exploram o universo do escritor, especialmente focando no bairro do Leblon, no Rio de Janeiro.

O mais recente documentário, disponível no canal da Boa Palavra no YouTube, intitula-se “As Helenas de Manoel Carlos”. Este projeto celebra as nove Helenas criadas pelo autor, iniciando com a personagem da novela “Baila Comigo”, interpretada por Lilian Lemmertz em 1981.

Até agora, quatro episódios do documentário foram lançados. O primeiro traz Regina Duarte, que interpretou três Helenas, relembrando seu papel em “Por Amor” de 1997. Também participa Gabriela Duarte, que viveu Maria Eduarda, uma personagem central na trama que aborda a difícil decisão de uma mãe em abrir mão de sua filha.

No segundo episódio, Maitê Proença fala sobre sua interpretação da Helena de “Felicidade”, novela exibida em 1991. Outros episódios com entrevistas de Júlia Lemmertz e Christiane Torloni já estão disponíveis.

Júlia Almeida comenta sobre a saúde de seu pai, afirmando que ele está fragilizado e necessita de cuidados 24 horas, além do apoio da família. Ela também discute a possibilidade de remakes das novelas de Manoel Carlos, ressaltando que esses projetos precisam respeitar a essência do autor.

As respostas da atriz às perguntas sobre a TV Globo foram limitadas. Ela não se manifestou sobre a ação da Boa Palavra contra a emissora, que busca mais transparência nos pagamentos de direitos autorais, nem sobre um possível ressentimento que Manoel Carlos teria em relação a Globo após a exibição de sua última novela.

Além disso, Júlia não comentou como o autor lidaria com a atual luta dos moradores do Leblon contra a especulação imobiliária no bairro, onde se lêem faixas pedindo socorro.

A preservação do legado de Manoel Carlos é uma tarefa desafiadora. A Boa Palavra se dedica a organizar e conservar todo o material do autor, garantindo sua integridade e relevância, ao mesmo tempo em que busca dialogar com as novas gerações. Júlia ressalta que é importante evitar ações oportunistas que possam deturpar suas obras.

Quanto à simbologia das Helenas, Júlia descreve essas personagens como complexas e universais, funcionando como espelhos das relações cotidianas. Elas trazem à tona conflitos íntimos e morais, tornando-se âncoras emocionais das histórias.

Sobre a potencial adaptação de uma Helena para os dias atuais, Júlia acredita que seria uma mulher de 50 a 60 anos, autônoma e multifacetada, refletindo as complexidades da vida contemporânea, incluindo questões de carreira, saúde e ativismo.

Assim, a série “As Helenas de Manoel Carlos” busca manter a relevância das obras do autor, unindo passado e presente, e honrando a rica contribuição de Maneco à teledramaturgia brasileira.

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