quinta-feira, 25 de dezembro de 2025
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IPCA-15 de dezembro registra alta de 0,25% na Grande BH

EM 24 DE DEZEMBRO DE 2025, ÀS 06:29

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) apresentou um aumento de 0,25% na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Esse resultado coloca a Grande BH na sexta posição entre as 11 áreas avaliadas na pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta terça-feira, 23.

Os setores que mais contribuíram para essa alta foram alimentos e bebidas, com um aumento de 22,08%, e transportes, com um crescimento de 19,62%. O economista-chefe do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Izak Carlos Silva, explicou que esse aumento é comum nesta época do ano, devido a fatores sazonais.

Silva destacou que o preço dos alimentos, especialmente frutas, verduras e legumes, teve alta por conta das chuvas, que foram mais intensas na região. Entre os produtos que mais subiram de preço estão a banana prata (18,01%), o mamão (14,73%), a cebola (9,60%) e a mandioca (7,94%). Outros itens, como batata inglesa (4,44%), macarrão (3,36%) e diversos cortes de carne bovina, como músculo (3,70%) e alcatra (3,07%), também figuraram na lista dos 20 que mais tiveram aumentos.

No setor de transportes, o preço do etanol subiu 4,88% e o da gasolina, 1,55%. Esses aumentos impactaram o custo do transporte por aplicativos, que teve alta de 6,42%, e das passagens de ônibus interestaduais, que aumentaram 5,19%. Silva ressaltou que o transporte aéreo foi o que teve maior impacto, especialmente devido à alta procura por passagens durante as festas de fim de ano e as férias escolares.

Por outro lado, os grupos de artigos de residência e habitação apresentaram quedas nos preços, de -0,58% e -0,36%, respectivamente. A energia elétrica também teve uma redução de 1,03%, resultado da mudança na bandeira tarifária para a amarela, que começou em dezembro. Essa bandeira implica uma cobrança adicional de R$ 1,885 a cada 100 quilowatts (kW) consumidos.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou que em janeiro de 2026 a bandeira tarifária deve voltar a ser verde, o que significa que não haverá custo adicional na conta de luz, em razão do aumento do volume de chuvas nos reservatórios.

Alguns alimentos, como o tomate (-16,97%), a cenoura (-11,33%), o leite longa vida (-6,17%) e o óleo de soja (-4,15%), ajudaram a amortecer o aumento geral dos preços. Comparativamente, o arroz teve uma redução de 2,95% e a picanha, de 2,70%.

Izak Carlos Silva também comentou que os dados da RMBH costumam antecipar tendências para o restante do país, indicando uma provável redução nos preços. Ele apontou que este é o primeiro ano desde 2023 em que a RMBH apresenta um IPCA-15 que encerra abaixo da média nacional. A inflação na RMBH ficou em 3,98%, enquanto a média nacional foi de 4,41%.

O Banco Central estabeleceu uma meta de inflação de 3,00%, com limites de 4,50% e 1,50%. A economista Gabriela Martins, da Federação do Comércio, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio), afirmou que, se o comportamento do IPCA-15 se repetir, a inflação em 2025 deverá se manter dentro do limite máximo estabelecido pelo Banco Central.

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