A segurança pública se posiciona como a principal preocupação dos cidadãos, conforme uma pesquisa recente que revelou um aumento na relevância desse tema de 30% para 38% entre outubro e novembro. Em grandes cidades, como Belo Horizonte, a situação se torna ainda mais complexa, exigindo estratégias específicas para atender diferentes realidades.
Com mais de 2,4 milhões de habitantes e 487 bairros organizados em nove regiões, Belo Horizonte enfrenta desafios variados em relação à segurança. Um exemplo positivo é o bairro Bacurau. De acordo com a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), neste pequeno bairro foram registradas apenas três ocorrências de crimes até 23 de novembro, comparado a um total de 10 no ano anterior. Bacurau é um dos menores bairros da cidade, com 64 moradores e um tamanho de apenas 0,004 km². O foco da PMMG é atender cada região conforme suas necessidades específicas, garantindo segurança e presença policial.
Em contraste, muitos bairros da capital mineira enfrentam a crescente influência de facções criminosas. Em outubro, cópias de grupos como o Primeiro Comando da Capital (PCC), Terceiro Comando Puro (TCP) e Família Anjo Rebelde anunciaram uma aliança, buscando expandir seu território, especialmente contra rivais, como o Comando Vermelho (CV). Essa situação culminou em embates violentos, como um tiroteio que aconteceu no Morro das Pedras, uma área dominada pelo CV, e outro ataque no Flávio Marques Lisboa, que deixou mortos e feridos.
Além da atuação dessas grandes facções, Belo Horizonte também lida com grupos criminosos menores, conhecidos como “gangues”, que não estão ligados às organizações maiores. O vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões, mencionou a intensificação de operações policiais em áreas onde há domínio de facções, reiterando o compromisso do governo em restaurar a tranquilidade nas comunidades.
Em meio a esse cenário, os cidadãos enfrentam desafios diários. Uma moradora do Aglomerado do Buraco Quente compartilhou sua experiência ao ser forçada a abandonar sua casa após ameaças e um ataque a tiros, que ela acredita ter sido uma represália à prisão do sobrinho dela.
Em resposta a essa realidade, o Secretário Municipal de Segurança e Prevenção de Belo Horizonte, Márcio Lobato, disse que a Guarda Civil Municipal está trabalhando para incrementar a sensação de segurança na cidade. Ele destacou iniciativas como o policiamento feito em áreas com maior fluxo de turistas, que resultaram em uma diminuição significativa de furtos nessas regiões.
Um destaque recente na estratégia de segurança é o projeto “Muralha BH”, que visa criar uma rede integrada de monitoramento por meio de 12 mil câmeras inteligentes. Essas câmeras serão capazes de fazer reconhecimento facial e monitorar veículos furtados. A implementação desse sistema está prevista para ser concluída até dezembro de 2026, e as áreas atendidas incluem praças, escolas e principais vias da cidade.
Lobato afirmou que a meta é revitalizar a sensação de segurança para que os moradores possam viver com a tranquilidade que existia em anos anteriores.