Na madrugada do dia 4 de dezembro, um tiroteio no Conjunto Jardim Felicidade, localizado no Bairro Flávio Marques Lisboa, em Belo Horizonte, resultou na morte de duas pessoas e deixou nove feridas. Em função desse incidente, oito indivíduos foram presos. Recentemente, a Justiça decidiu revogar a prisão preventiva de cinco deles.
Os libertados são: Gustavo Ferreira da Silva, de 27 anos; Renan Pereira dos Santos, de 19; Igor Alexandrino Rosa Gonçalves, de 30; Wallace Guerra Silva de Oliveira, de 20; e Kaique Marlon da Silva Oliveira, de 25 anos. Para os outros três presos, identificados como integrantes da facção Comando Vermelho, as prisões permanecem. Eles são Iago Amorim Mesquita, de 20 anos; Wallison Henrique Cruz da Silva, de 22; e Davi Dias Porfírio, de 26 anos.
A decisão foi proferida pelo juiz Roberto Oliveira Araujo Silva, que considerou que não havia fundamentos sólidos para manter a prisão dos cinco. Ao serem liberados, os cinco jovens, todos moradores da comunidade, foram recebidos com celebrações, incluindo fogos de artifício, na Pracinha do Conjunto Felicidade. A detenção deles havia gerado manifestações por parte da comunidade nas semanas anteriores.
Um caso que chamou atenção foi o de Kaique. Embora tenha 25 anos, ele possui deficiência intelectual, e sua família levantou essa questão para justificar sua liberação. A advogada dele, Bruna Viterbo, usou essa informação como um argumento na defesa.
O tiroteio parece estar relacionado a disputas entre facções que atuam no tráfico de drogas. Testemunhas relatam que seis homens armados, sendo quatro em um veículo T-Cross e dois em motocicletas, chegaram ao local atirando. Os atacantes pertencem ao Comando Vermelho, enquanto os alvos eram membros do Terceiro Comando Puro (TCP). Os alvos do ataque foram identificados como Marcio Rodrigues Vaquimaz Moraes, conhecido como “Moraes”; Milton Pereira dos Santos, chamado de “Miltinho”; e Agnaldo de Sousa Silva, conhecido como “Calango”. Esses indivíduos são descritos como líderes de uma gangue que atua no tráfico de drogas na região da Vila Esperança.
Essas informações estão registradas em um despacho da juíza Juliana Beretta Kirche Ferreira Pinto, que havia conduzido a audiência de custódia uma semana antes e decidido converter a prisão em flagrante em preventiva para os oito inicialmente presos.
A advogada de Kaique e dos outros quatro jovens apelou da decisão de prisão, e o recurso foi aceito, resultando na liberação deles.