Nesta quinta-feira, 11 de dezembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve em Belo Horizonte, onde participou da abertura da Caravana Federativa. Durante o evento, ele aproveitou para se dirigir ao prefeito da capital, Álvaro Damião, em um tom que lembrava uma pré-campanha, solicitando seu apoio nas eleições de 2026.
Lula chamou Damião ao palco e fez uma analogia sobre o ano passado, referindo-se a 2023 como um período de “plantio”, e afirmando que 2024 será o “ano da verdade”. Essa afirmação ecoou uma mensagem que ele já havia compartilhado em uma entrevista. O presidente também fez um comentário envolvendo o apoio do prefeito, sugerindo que ele “veste a roupa” e se una a ele na jornada por todo o país em 2024, enfatizando que o objetivo é mostrar ao povo quem realmente fez a diferença.
O prefeito Damião, que faz parte do partido que em setembro reestruturou sua base no Congresso, tem se esforçado para manter uma boa relação com a administração federal. Antes do discurso de Lula, ele fez um convite ao presidente: navegarem juntos na Lagoa da Pampulha, atividade que será novamente permitida após anos de restrições. Damião destacou que o último prefeito a navegar naquela lagoa foi Juscelino Kubitschek, ex-presidente do país.
Além disso, o prefeito expressou sua expectativa por um suporte financeiro do governo federal para o projeto de Tarifa Zero, que busca oferecer gratuidade nos ônibus da cidade. Ele já havia anunciado anteriormente a gratuidade aos domingos, porém, ressaltou que os custos são altos e um apoio do governo seria fundamental para expandir essa gratuidade durante a semana.
Lula, ao iniciar seu discurso, destacou que a Caravana Federativa não era ato eleitoral, mas não perdeu a oportunidade de criticar adversários. Ele mencionou que “tranqueiras que destruíram o país” não voltariam ao poder, sem se referir diretamente ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Entre os apoiadores presentes, houve gritos de “é tetra”, fazendo alusão à possível quarta vitória de Lula nas eleições presidenciais.
Outro ponto relevante do evento foi a ausência do governador de Minas Gerais, Romeu Zema. Essa situação gerou várias críticas por parte de Lula e seus aliados, que questionaram as políticas sociais implementadas no estado sob a gestão do governador. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, criticou Zema, afirmando que ele “isolou Minas por um projeto político pessoal”, o que resultou em um crescimento inferior em comparação a outros estados. Silveira também mencionou o aumento da dívida pública em Minas, ressaltando que não há realizações notáveis na administração estadual nos últimos anos, exceto aquelas que foram possíveis devido ao governo federal.
Além disso, Silveira alertou Zema sobre a importância de focar na gestão e não em uma precipitação eleitoral, sugerindo que essa postura poderia estar atrapalhando o progresso do estado. Ele afirmou que Minas Gerais avançou em comparação com outros estados, mas que isso só ocorria em relação à sua dívida pública, e não em políticas sociais ou desenvolvimentos benéficos para a população.
Esses debates e provocações aconteceram em um contexto de aproximação entre o governo federal e a administração de Belo Horizonte, ao mesmo tempo em que revela tensões políticas entre diferentes níveis de governo ao abordar a governança e as políticas sociais no estado.