domingo, 30 de novembro de 2025
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Motoboy que ajudou mulher trans em BH relata ameaças de agressores

EM 25 DE NOVEMBRO DE 2025, ÀS 22:59

Na noite do dia 23 de outubro, o motoboy Lauro César Gonçalves Pereira, de 32 anos, interveio em uma situação de violência que resultou na morte da esteticista Alice Martins Alves, de 33 anos, em Savassi, região Centro-Sul de Belo Horizonte. Lauro relatou que, ao ver Alice sendo brutalmente espancada, decidiu agir e tentar proteger a mulher trans.

Lauro afirmou que, durante a agressão, ele foi ameaçado pelos homens que atacavam Alice. “Tentaram me intimidar, mas nós, motoboys, não temos medo. Poderia apanhar, mas não iria me calar”, disse ele, antes de prestar depoimento no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa da Polícia Civil. Ele confirmou que os agressores o advertiram para não se meter na situação, mas mesmo assim decidiu xingar os criminosos em resposta.

Segundo o motoboy, após espancarem Alice, os homens continuaram a ameaçá-la. “Eles a chamavam de ladra e disseram que, se ela voltasse, as coisas iriam ser diferentes. Foi uma situação muito confusa, mas elas continuavam a xingar”, lembrou Lauro.

Dois suspeitos, que são funcionários do bar “Rei do Pastel”, também localizado em Savassi, foram identificados como os principais autores do ataque. No entanto, até o momento, eles ainda não foram presos.

Lauro também tentou intervir de forma pacífica. Ele se ofereceu para pagar a conta que os agressores alegavam que Alice não havia quitado. No entanto, essa tentativa não foi suficiente para acalmar os ânimos. “Eles disseram que eu estava defendendo uma ladra. Eu perguntei qual era o motivo da agressão e me oferecer para pagar. Eles responderam que eram R$ 22 e continuaram gritando e xingando”, contou.

Desesperado, Lauro pediu aos agressores que não tocassem mais em Alice e sugeriu que chamassem a polícia. Ele se lembrou de acenar para uma viatura da polícia que passava pelo local, pedindo ajuda para Alice, que estava gravemente machucada e desorientada. “Ela estava com o rosto muito machucado e não conseguia falar direito”, descreveu.

Quando a polícia chegou, os agressores já tinham deixado a cena do crime, e a situação ficou ainda mais preocupante com a ausência desses suspeitos. O caso agora segue nas mãos das autoridades, que investiga o ataque brutal que chocou a comunidade local.

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