O representante comercial Arthur Henrique Franco Ribeiro de Paula, de 38 anos, está sendo acusado pelo assassinato da esposa, Fernanda Dantas Garrido Ribeiro, de 40 anos. O crime ocorreu em Belo Horizonte no dia 1º de maio deste ano, quando Fernanda foi morta com golpes de facão em uma pousada localizada na Avenida Otacílio Negrão de Lima, no bairro Jardim Atlântico, na Pampulha. Após o crime, Arthur fugiu, mas foi encontrado pela Polícia Militar no dia seguinte.
Atualmente, Arthur se encontra preso no Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte. A juíza Ana Carolina Rauen Lopes de Souza determinou que Arthur passasse por uma perícia psiquiátrica, considerando a solicitação da defesa, que alega que ele sofre de esquizofrenia. Em uma decisão anterior, a magistrada havia negado o pedido por falta de documentos que comprovassem a condição mental de Arthur.
A defesa afirmou que não conseguiu apresentar os documentos por causa de um “evento natural”, mas a juíza decidiu dar uma nova chance à solicitação, pedindo que sejam fornecidos os prontuários de saúde ou uma declaração da instituição de saúde que explique a impossibilidade de apresentar os documentos.
Geralmente, quando um incidente de insanidade mental é instaurado, o processo principal é suspenso para que a perícia psiquiátrica ocorra. Se for comprovada a inimputabilidade do réu, ele pode ser absolvido da pena, mas pode ser submetido a uma medida de segurança, como internação ou tratamento ambulatorial. Entretanto, a juíza decidiu que o processo em função do assassinato deve continuar, e o caso será julgado pelo Tribunal do Júri. Ela destacou que a suspensão do processo não é uma prática automática.
### O dia do crime
Na noite do assassinato, Fernanda foi encontrada morta por policiais militares na área externa da pousada. Natural de Cabo Frio, no Rio de Janeiro, ela trabalhava como gerente de loja em Belo Horizonte e morava com Arthur e seus familiares. No momento do crime, a festa familiar acontecia em comemoração a uma data especial.
Testemunhas, incluindo a mãe, um irmão e uma cunhada de Arthur, presenciaram o ocorrido. Eles relataram que o casal tinha um relacionamento tumultuado, marcado por constantes conflitos, e que Fernanda estava considerando o divórcio. No dia do crime, Arthur havia consumido bebidas alcoólicas antes de atacar sua esposa.
Durante a confraternização, enquanto Fernanda conversava com sua cunhada na parte externa da pousada, Arthur se levantou e a atacou com três golpes de facão. O irmão de Arthur ouviu os gritos e saiu em defesa de Fernanda, conseguindo conter Arthur e buscando abrigo em um banheiro na pousada. A mãe de Arthur não presenciou o ataque.
Após o ataque, Arthur fugiu de carro, mas foi localizado pela Polícia Militar na MGC-135, em Curvelo, graças a imagens de câmeras de segurança. Ele foi preso no dia seguinte, na cidade de Morro da Garça.
### A violência no relacionamento
Embora não tenha havido discussão antes do ataque, a relação entre o casal era problemática. Em uma coletiva à imprensa, a delegada Iara França informou que Fernanda vinha sofrendo violência doméstica e que estava tentando se libertar do relacionamento. Segundo a investigadora, Fernanda era uma vítima de um ciclo de controle e manipulação por parte de Arthur, característico de relacionamentos abusivos.
Diante do contexto dos fatos e da gravidade da situação, a juíza mencionou que o crime foi motivado por uma posse desmedida por parte de Arthur, que controlava cada movimento e decisão de sua esposa, utilizando constrangimento e humilhação como formas de controle emocional.