Explorando o Centro de Belo Horizonte
A nossa jornada pelo Centro de Belo Horizonte chega à Praça Sete, que foi inicialmente chamada de 14 de Outubro. Esse nome fazia referência à data em que foi criada a Comissão de Estudos das Localidades Indicadas para a nova capital. Robusta em história, a praça recebeu o nome atual em 7 de setembro de 1922, durante as comemorações do centenário da Independência do Brasil.
Desde a sua fundação, a Praça Sete passou por diversas transformações. O local já teve bondes circulando e viu a remoção de várias árvores ao longo do tempo. Um dos marcos mais notáveis da praça é o obelisco conhecido como Pirulito. Em 1971, uma importante mudança foi feita: o fechamento de quatro quarteirões ao redor da praça. Essa intervenção visava organizar o trânsito e oferecer mais segurança aos pedestres, priorizando o fluxo de pessoas a pé em um espaço que conta com cruzamentos diagonais.
Vinte anos após a introdução dos calçadões durante a administração do prefeito Luiz Gonzaga de Souza Lima, os quatro trechos da Rua dos Carijós ganharam nomes que homenageiam os povos indígenas de Minas Gerais. Os locais foram batizados de Krenak (trecho da Rua dos Carijós, entre a praça e a Rua São Paulo), Pataxó (da Rua dos Carijós até a Rua Espírito Santo), Maxacali (da Rua Rio de Janeiro até a Rua dos Tupinambás) e Xacriabá (da Rua Rio de Janeiro até a Rua dos Tamoios).
“O coração de Belo Horizonte é a Praça Sete com o Pirulito. Todos sabem que ali é o centro da cidade”, afirma Juliano Lopes, presidente da Câmara Municipal, que também destaca a beleza da Serra do Curral e da Lagoa da Pampulha.
A Praça da Estação
A Praça da Estação, oficialmente chamada de Praça Rui Barbosa, presta homenagem a um dos grandes nomes da história do Brasil, o jurista, político e diplomata baiano Rui Barbosa, que viveu entre 1849 e 1923. Muitos que visitam o local não imaginam que o elegante prédio que abriga o Museu de Artes e Ofícios substituiu uma estação muito menor.
Pesquisas apontam que a área próximo ao Ribeirão Arrudas foi escolhida pela Comissão Construtora da capital como o lugar ideal para a Estação Central. Porém, essa estação, erguida em 1898, teve uma “vida” curta e, após apenas 22 anos, foi considerada insuficiente para o volume de movimentação. Em 1920, começou a demolição da estação original para dar lugar a um novo edifício, mais adequado ao crescimento acelerado da cidade.
A nova praça foi inaugurada em 1922, com projeto do engenheiro Caetano Lopes e do arquiteto Luiz Olivieri. Embora tenha passado por algumas mudanças na concepção original, ainda preserva características fundamentais do projeto inicial.
“Popular e plural, a Praça da Estação é um lugar de chegadas e partidas, refletindo a essência de Belo Horizonte”, menciona Durval Ângelo, presidente do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais. Para ele, o verdadeiro rosto da cidade pode ser visto também no Mercado Central e na Serra do Curral.