O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, causou polêmica ao divulgar um vídeo no sábado (29) em que celebra a vitória em um processo judicial contra o Partido dos Trabalhadores (PT) com fogos de artifício. O vídeo, gravado em sua casa em Belo Horizonte, foi feito de forma irônica e se inspirou em um meme criado por um torcedor do Atlético-MG que se refere ao rebaixamento do Cruzeiro em 2019.
Na gravação, Zema faz uma declaração de que está “muito triste” com a decisão judicial antes de acender os fogos. Essa comemoração, no entanto, contraria a legislação da capital mineira, que proíbe o uso de fogos de artifício com barulho, uma medida que foi aprovada em 2022 para minimizar o impacto sonoro na população. A regra prevê multas que começam em R$ 100 e aumentam em caso de reincidência.
A prefeitura de Belo Horizonte não respondeu a questionamentos sobre possíveis sanções ao governador. Após a repercussão negativa da gravação, a assessoria de Zema alegou que o som dos fogos foi adicionado na edição do vídeo. No entanto, não explicou se os fogos foram realmente utilizados durante a filmagem.
A polêmica surgiu após a juíza Vanessa Maria Trevisan, da 13ª Vara Cível de Brasília, rejeitar um pedido do PT que solicitava a remoção de publicações de Zema. O partido argumentou que o governador afirmou que a sigla “roubou dinheiro dos aposentados”, referindo-se a investigações sobre descontos indevidos feitos no INSS.
A juíza defendeu a liberdade de expressão em temas de interesse público, permitindo que Zema criticasse o PT. Esse momento coincide com um aumento das críticas de Zema ao partido e ao presidente Lula, acompanhando um movimento que o posiciona como um defensor da oposição à esquerda no cenário político nacional.
Enquanto a extrema-direita interpretou a situação como uma nova acusação de “roubo petista”, as investigações indicam que figuras ligadas ao governo anterior de Jair Bolsonaro também estão sendo responsabilizadas, como José Carlos Oliveira, ex-presidente do INSS, indicado pelo ex-presidente.